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A atuação do CARF em reorganizações complexas e os novos critérios de prova avaliados por Leonardo Manzan

A atuação do CARF em reorganizações complexas exige novos critérios de prova e interpretação técnica, explica Leonardo Manzan.
A atuação do CARF em reorganizações complexas exige novos critérios de prova e interpretação técnica, explica Leonardo Manzan.

Leonardo Manzan, Doutor da área tributária, elucida que o CARF vem adotando parâmetros cada vez mais técnicos para analisar reorganizações societárias consideradas complexas. A combinação entre maior detalhamento documental, digitalização das provas e necessidade de demonstrar substância econômica faz com que operações de fusão, incorporação, cisão, transformação societária e reorganizações internas passem a exigir explicações mais minuciosas. 

Esse cenário modifica a forma como empresas preparam suas operações e reforça a importância de alinhar elementos contábeis, fiscais e corporativos desde a fase de planejamento. Ademais, o volume crescente de dados disponível para análise tende a tornar o julgamento mais aprofundado e menos suscetível a interpretações exclusivamente formais.

Leonardo Manzan apresenta a substância econômica e novos padrões de comprovação

Um dos movimentos mais marcantes no CARF é a exigência crescente de provas que evidenciem substância econômica real das reorganizações. Segundo Leonardo Manzan, as estruturas que antes se apoiavam em justificativas genéricas agora precisam demonstrar de maneira objetiva a finalidade operacional da operação. Isso inclui a descrição funcional das empresas envolvidas, a razão da alteração societária, o impacto efetivo no fluxo econômico e o alinhamento entre os documentos corporativos.

Leonardo Manzan observa que reorganizações complexas demandam documentação robusta para atender às exigências do CARF.
Leonardo Manzan observa que reorganizações complexas demandam documentação robusta para atender às exigências do CARF.

O CARF tem valorizado especialmente elementos que comprovam coerência entre movimentações patrimoniais, documentos contábeis e decisões administrativas internas.

Coerência entre documentos e demonstrações operacionais

Reorganizações corporativas frequentemente envolvem movimentações extensas de ativos, reclassificações contábeis, alteração de centros de custo e redistribuição de atividades. Nesse contexto, o CARF avalia se os documentos apresentados refletem aquilo que de fato ocorreu na operação. Relatórios gerenciais, atas societárias, demonstrações financeiras e registros internos precisam apresentar consistência, sem contradições ou lacunas.

Conforme ressalta Leonardo Manzan, essa coerência documental é agora um dos principais instrumentos de validação, já que a fiscalização dispõe de meios digitais para confrontar informações provenientes de diferentes sistemas.

@leonardosiademanzan

Nova era do IRPF: visão de Leonardo Siade Manzan sobre progressividade A progressividade do Imposto de Renda da Pessoa Física é uma ferramenta central para a política tributária e distribuição de renda. Leonardo Siade Manzan detalha como o novo modelo afeta contribuintes, investimentos e o planejamento fiscal. Neste vídeo, ele explica os desafios e oportunidades gerados pela reforma, mostrando como a legislação pode ser utilizada de forma estratégica para garantir conformidade e eficiência econômica. #LeonardoSiadeManzan #QueméLeonardoSiadeManzan #OqueaconteceucomLeonardoSiadeManzan #LeonardoSiade #LeonardoManzan #operaçãozelotes

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Provas digitais e ampliação da rastreabilidade

O avanço da tecnologia também influenciou o ambiente de julgamento. O CARF passou a utilizar provas digitais com maior intensidade, analisando logs, metadados, registros de sistemas internos e evidências eletrônicas que demonstram a veracidade das operações. Esse tipo de prova se tornou especialmente relevante em reorganizações que envolvem múltiplas empresas do mesmo grupo, já que a rastreabilidade permite verificar em detalhes como ocorreu a integração operacional após a operação societária.

De acordo com a leitura de Manzan, esse movimento reduz espaço para argumentos baseados apenas em interpretações abstratas e valoriza demonstrações fundamentadas em evidências concretas.

Impacto no planejamento tributário e na estrutura interna das empresas

O novo posicionamento do CARF influencia diretamente o modo como empresas organizam seu planejamento e estruturam operações internas. Reorganizações que buscam eficiência fiscal só são aceitas quando demonstram coerência operacional e benefícios alinhados à atividade da empresa.

Adicionalmente, a necessidade de provas técnicas exige que departamentos fiscal, jurídico, contábil e societário atuem de forma integrada. Conforme salienta Leonardo Manzan, reorganizações conduzidas sem esse alinhamento correm risco maior de questionamento, glosas e reinterpretações do fato gerador.

Perspectivas para reorganizações no cenário pós-reforma

Com a integração de dados fiscais no ambiente do IVA e o avanço dos critérios técnicos de julgamento, espera-se que as reorganizações complexas recebam escrutínio ainda mais detalhado. Leonardo Manzan avalia que operações bem documentadas, justificadas de forma consistente e alinhadas às práticas contábeis terão maior segurança no CARF.

Portanto, nota-se que a tendência é que a prova digital se consolide como eixo central dessas análises, fortalecendo decisões mais técnicas e uniformes. Empresas que reconhecem esse movimento e estruturam reorganizações com base em documentação robusta e substância econômica clara devem operar com maior previsibilidade e menor exposição a litígios.

Autor: Evans Almuer