O quantitativo de crimes envolvendo uso com arma de fogo tem impacto significativo nas grandes cidades, em especial nos estados fronteiriços, como é o caso do Mato Grosso do Sul. Diante disso, destaca-se o papel da Polícia Científica na resolução desses casos em nosso Estado. Só no ano de 2023, na Capital, a Polícia Científica executou exames periciais em 816 armas de fogo, 9.467 munições e 1.384 elementos relacionados, como estojos, esferas de chumbo e pólvora.
Desde janeiro até o presente momento, o NBF (Núcleo de Balística Forense) realizou uma série de exames, 319 no total, que abrangem desde a eficiência de armas e munições até confrontos microbalísticos e descrições detalhadas de armas e elementos de munição. Dentro da Polícia Científica o NBF se apresenta como grande aliado da Justiça, por desvendar os enigmas por trás dos crimes mais complexos, graças aos seus servidores capacitados e uso de tecnologia avançada.
A perita criminal e chefe do núcleo, Karina Rebulla Laitart, ressalta a importância desse trabalho especializado. “Dentre todos os exames realizados pelo Núcleo de Balística Forense, a microcomparação balística sem dúvidas é o que exige maior atenção dos peritos criminais. Esse exame nos permite afirmar, por exemplo, se um projétil ou estojo de munição coletado no local do crime partiu (ou não) de uma determinada arma suspeita”.
Emerson Lopes dos Reis, diretor do Instituto de Criminalística, destaca que é “através do nosso trabalho que os peritos criminais conseguem conectar investigações, utilizando a análise balística para identificar autores em diferentes cenas de crime, por exemplo”.
Casos práticos
Um exemplo recente do impacto do trabalho do Núcleo de Balística Forense foi um caso em Chapadão do Sul. Os exames balísticos realizados confirmaram que a arma encontrada com o indivíduo em questão foi a mesma utilizada em um crime anterior na região. Essa confirmação foi essencial para as investigações, ajudando a esclarecer o caso e a contribuir para a aplicação da Justiça.
Além de analisar armas de todos os tipos, inclusive as de grosso calibre, a Polícia Científica frequentemente se depara com situações envolvendo simulacros, objetos que imitam armas de fogo, e outras armas dissimuladas, como uma caneta que, apesar de parecer inofensiva, revelou-se uma arma de fogo funcional.
Esses exemplos destacam a importância do trabalho meticuloso realizado pelos peritos criminais na identificação e elucidação de crimes relacionados ao uso de armas de fogo.
Sinab e equipamentos modernos
Recentemente, a Polícia Científica, por meio da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), adquiriu uma câmara de recuperação de projéteis. Esse equipamento moderno facilita o trabalho dos peritos criminais na coleta de evidências, permitindo a recuperação e análise de projéteis de forma mais eficiente.
Além disso, dentro do Núcleo de Balística Forense, a Polícia Científica do Mato Grosso do Sul conta com uma ferramenta de grande importância: o Sinab (Sistema Nacional de Análise Balística). Desde 2023, quando passou a integrar esse sistema, o Estado fortaleceu sua capacidade de investigação, contribuindo significativamente para o combate aos crimes cometidos com o uso de armas de fogo.
Este novo projeto, estabelecido pelo Decreto nº 10.711/2021, visa integrar todas as unidades da Federação e a Polícia Federal por meio de um sistema que compara elementos de munição relacionados a crimes armazenados no Banco Nacional de Perfis Balísticos. Essa iniciativa busca fornecer informações essenciais para investigações criminais, ajudando a esclarecer a autoria e correlacionar crimes cometidos com a mesma arma de fogo.
Participação em teste de controle de qualidade do Sinab
No final de março, a Polícia Científica do Mato Grosso do Sul participou do primeiro teste de Controle de Qualidade do Sinab, evento importante para a verificação da eficácia do sistema. A etapa, conhecida como Verificação Nacional de Qualidade, envolveu todas as 40 centrais do SINAB, incluindo o Núcleo de Balística Forense da Polícia Científica.
O teste visava identificar discrepâncias nos equipamentos e operações entre as centrais do Sinab. A Polícia Científica concluiu o teste sem intercorrências, esperando um resultado positivo para fortalecer ainda mais a análise balística.
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