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Disputa para Senado em Mato Grosso tem delação e cassação de mandato

A disputa para o Senado em Mato Grosso tem entre os principais candidatos um ligado a Jair Bolsonaro e outro a Lula. Mas o clima é de acirramento e, nesse ambiente de campanha, acusações e denúncias tomam conta.

O deputado federal Neri Geller, do PP, é um nome ligado ao agronegócio e fechou apoio ao petista nas últimas semanas. Parte do setor o criticou. Geller, semana passada, teve seu mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), acusado de uma “triangulação” da arrecadação de recursos durante a campanha de 2018.

Ele teria utilizado a conta bancária do filho para dissimular recursos para campanha. Geller nega, diz que os recursos são referentes a negócios que fez com duas empresas, por ser produtor rural junto com o filho. E assegurou que vai manter a candidatura ao Senado e recorrer da decisão do TSE. No site da Câmara, ele aparece no “exercício do mandato”.

Na semana passada, Geller trouxe à tona a delação de um empresário, Pierre François Amaral de Moraes, feita em 2018, no qual o delator diz que entregou R$ 1 milhão em propina a Wellington Fagundes (destacado na foto), em 2014, para sua campanha eleitoral. Fagundes elegeu-se senador naquele ano.

“Sou um deputado federal e teria que trazer isso que me chegou às mãos a público. Do contrário, eu estaria prevaricando” – disse Geller.

François fez essa afirmação num depoimento de fevereiro de 2018 e conta que Fagundes pediu a ele ajuda para sua campanha. O empresário depôs à Delegacia Fazendária de Mato Grosso.

O senador bolsonarista nega a acusação, diz que não responde qualquer processo na Justiça, seja eleitoral, comum ou federal. Ele fez essa declaração em entrevista durante a semana a rádio

“Em toda minha vida política posso garantir que não respondo a nenhum processo. É difícil achar um político com tantos mandatos exercidos que não responde a nenhum processo. Falar é um direito de cada um. Agora, tem que provar. Isso aí é de 2014. Minhas contas foram todas aprovadas pela Justiça Eleitoral. Então, não devo nada de prestação de conta nem a Justiça Eleitoral, nem na Justiça Comum e nem na Justiça Federal” – disse Fagundes em entrevista à TV Cidade Verde.

“Quando alguém faz uma acusação cabe ao Ministério Público e à Polícia Federal investigar. Como é de 2014 e não virou nada, não há o que fazer” – afirmou o senador.

Mas a denúncia do empresário contra o senador virou inquérito, em 2019, e está na Delegacia de Combate à Corrupção. Outras quatro pessoas são investigadas, segundo o jornal “Gazeta Digital”.

Segundo a publicação, a tendência é que o inquérito siga para a Procuradoria-Geral da República (PGR) e chegue ao STF.