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Tecnologia

Produtores de MT recorrem à tecnologia para reduzir perdas de grãos nas lavouras

Uma pesquisa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostrou que 37 milhões de toneladas, entre milho, soja, arroz e trigo foram perdidas no no Brasil, no ano de 2020. O volume é suficiente para alimentar 11 milhões de brasileiros durante um ano e contribui para a perda de dinheiro, recursos naturais e insegurança alimentar.

A estimativa é que 15% da produção se perca desde a lavoura até o processamento. Em números, é igual a mais de 14 milhões de toneladas da atual safra de Mato Grosso, entre soja e milho, fossem jogadas fora. A instituição analisou o tamanho do desperdício na produção de grãos entre os anos de 2000 e 2020.

Para retornar a situação, produtores, transportadores e armazéns estão adotando estratégias que se beneficiam da tecnologia para reduzir tanto desperdício.

“De manhã, quando o milho tá mais pesado, ele precisa um pouquinho mais de vento, a parte do meio dia pra tarde, que o milho tá mais leve, tem que diminuir a questão do vento, pra não ter perdas”, diz Valdemir Martins, operador de máquinas.

O estado de Mato Grosso é o maior produtor de grãos, fibras e carne bovina do país e ocupa a décima segunda posição no mapa da fome.

Antes da tecnologia dos maquinários, os operadores tinham que parar a máquina e verificar se havia desperdício pessoalmente e regular o maquinário à mão. Hoje, a tecnologia é responsável por todo processo.

“A máquina retira somente a espiga e uma vez que a espiga cai dentro da máquina, passa por um rotor e chega às peneiras, que são responsáveis por separar o sabugo, a palha e os resíduos. O grão então passa por um elevador dentro da máquina e o restante é devolvido ao solo”, diz Osvaldo Pasqualotto, agricultor.

Mas mesmo com tanta tecnologia, alguns grãos chegam ao armazém quebrados e com impurezas e são colocados em sacos para serem descartados.

Segundo Anderson Oro, diretor executivo de uma cooperativa, o maior desperdício acontece no transporte dos grãos. A condição das estradas dificulta o processo e vazamentos e buracos são as principais preocupações.

“A dez anos atrás a média de impurezas era de 2.2% e a legislação tolera 1%. Hoje a gente tem uma média de 1.4% de impurezas”, comemora o executivo.

Segundo Oro, são usadas caçambas nos caminhões, o que ajuda a reduzir as perdas.

No último ano do estudo, o Brasil produziu 244,8 milhões de toneladas de arroz, milho, soja e trigo. Deste total, 15%, 37 milhões de toneladas, ficaram pelo caminho durante a colheita, armazenagem, transporte e processamento.